Perspectivas para juros e inflação global em 2026

O cenário econômico para 2026 continua desafiador, marcado pela presença persistente da inflação em várias economias ao redor do mundo. Segundo as últimas projeções divulgadas pelo Boletim Focus do Banco Central do Brasil e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação global deve permanecer acima da meta estabelecida pelas principais instituições econômicas, o que mantém o clima de cautela entre os bancos centrais.

No Brasil, a taxa básica de juros, a Selic, está estabelecida em 15% ao ano, um patamar elevado destinado a conter a alta da inflação. Há uma expectativa de que essa taxa seja mantida nesse nível por um período prolongado para garantir o controle inflacionário. O mercado projeta uma redução gradual da Selic a partir de 2026, caindo para cerca de 12,25% ao ano, seguida de cortes adicionais em 2027 e 2028, desde que as condições econômicas permitam.

O impacto da manutenção dos juros altos é sentido diretamente por consumidores e empresas, uma vez que encarece o crédito, freia o consumo e pode desacelerar o crescimento econômico. Em contrapartida, os juros elevados incentivam a poupança e ajudam a conter pressões inflacionárias, criando um equilíbrio delicado para a política econômica.

Além do cenário doméstico, fatores externos influenciam fortemente a economia brasileira. A desaceleração da economia global, sobretudo em países que são grandes parceiros comerciais do Brasil, como China e Estados Unidos, pressiona as exportações brasileiras. A dinâmica do comércio internacional, flutuações nos preços das commodities, e tensões geopolíticas são variáveis que mantêm o cenário incerto.

A inflação global, apesar de apresentar sinais de leve queda ou estabilização, ainda está acima das metas em vários países, o que sugere que os bancos centrais continuarão cautelosos. Essa postura contribui para a manutenção de juros elevados e políticas monetárias restritivas, que têm efeitos diretos sobre o ambiente de negócios e o custo de vida.

Para o Brasil, esse contexto demanda uma gestão econômica prudente, focada em manter a estabilidade macroeconômica e buscar formas de estimular o crescimento sustentável, mesmo diante das limitações impostas por um ambiente externo mais complexo e competitivo.